sábado, 24 de setembro de 2011

Introdução aos estudos historicos

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Departamento de História

Disciplina: Introdução aos Estudos Históricos

Prof.ª Isabel Guillen


Alunos:
Habib Khedwe de Souza

Guilherme Vasconcellos de Souza

Felipe Guilherme

João Vitor

Lucas Henrique

Wagner Bastos

Universidades abordadas: UFMG (Sudeste), UFG (Centro-Oeste), UFSC (Sul), UFRN (Nordeste) e UFAL (Nordeste)

Introdução

Grande parte dos dados e avaliações aqui mostrados foi baseada em informações fornecidas pelos próprios sites das respectivas universidades, Entretanto pode ser que alguns comentários ou juízos de valor abaixo sejam inspirados em materiais puramente subjetivos como troca de e-mails com a coordenação do curso ou através de informações obtidas com ex-alunos. De qualquer modo tentamos, sempre que possível, explicitar as origens das informações obtidas ao longo do texto. No final de cada texto estará presente o endereço para os sites das respectivas universidades onde as informações foram obtidas. Muitas vezes não foi possível encontrar informações mais aprofundadas sobre os cursos, pois não fomos capazes de fazer contato com o corpo docente da instituição e os seus endereços eletrônicos não possuíam informações de qualquer tipo sobre o curso e a maneira como ele é lecionado. Em outras ocasiões as universidades não possuíam uma cadeira especifica chamada “Introdução aos Estudos Históricos”, mas sim varias outras cadeiras que abordavam os pontos dessa matéria, novamente tentamos abordá-las da melhor maneira possível.

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (Sudeste)

Introdução aos Estudos Históricos


Duração: 60 horas

Objetivos e estrutura do curso

De acordo com o programa da disciplina encontrado no site da universidade[1] "o curso visa introduzir algumas das principais categorias conceituais que tem orientado a produção do conhecimento histórico em diferentes momentos de sua constituição. Serão, pois, privilegiados os conceitos de historia, operação histórica, fatos históricos, fonte/documento de pesquisa histórica, tempo, espaço, mudança, continuidade e historiografia".

2. Programa

Unidade I: A Operação Histórica: permanências e mudanças

1. O lugar social do historiador

2. A prática histórica: seus desafios, alcances e limites

Unidade II: As Concepções de História entre os Antigos

1. História, Mito e Memória

2. Similitudes e diferenças da operação histórica entre os antigos

3. Heródoto, Tucídides e Políbio

Unidade III: A História entre Críticos e Eruditos (séc. XVII – XVIII)

1. Os Antiquários e o interesse pelo passado

2. O novo espírito científico e a crítica documental D. Mabillon e a hermenêutica textual

3. Os iluministas: alargamento e aprisionamento do campo de conhecimento histórico

4. J. B. Vico: a história como território da cultura

Unidade IV: A operação histórica e a historiografia metódica

1. Ante-sala da Escola Metódica

2. Droysen e Ranke,

3. A Escola Metódica, dita “positivista”

4. O discurso do método

5. Pressupostos da Revista Histórica

6. Operação histórica no Brasil Imperial

7. Varnhagem e o (IHGB) Instituto Histórico Geográfico

8. Crises da Escola Metódica

9. Jules Michelet e a história anônima

10. Marx e outros fundamentos da História

11. Henri Berr e a Revista de Síntese Histórica

12. A escola dos Annalles e o novo ofício do historiado

Comentários

Apesar de ter um direcionamento principal (que e dado aos alunos no primeiro dia de aula com a bibliografia, textos, conteúdo e formas de avaliação, bem como todo o esqueleto da organização do tempo útil em sala de aula), o curso pode ter algumas partes baseadas no improviso, pois, de acordo com impressões de alguns alunos do curso, a professor não se prende a uma formula única e absoluta, podendo a cada turma tomar um direcionamento diferente à medida que o curso vai sendo realizado e que vão surgindo temas ou debates que o professor achar relevante trazer para sala de aula. Mas de maneira geral o curso e realizado a partir da leitura de textos pré-selecionados de autores como Hartog, Bourde, Fontana, Haddock e Hobsbawm que vão ser discutidos em sala de aula, posteriormente selecionando (e organizando) seminários a respeito desses autores. As formas de avaliação consistem alem dos seminários (e eventuais outras formas de trabalho), uma prova escrita individual e uma posterior avaliação final de todo o conteúdo visto em sala de aula. A metodologia empregada pelo professor e uma mescla dos preceitos da escola Marxista com a escola dos Annalles, como boa parte dos historiadores contemporâneos, ela se apropria das qualidades técnicas e temáticas dessas duas escolas sem cair no extremismo ou na bandeira ideológica que cada uma delas pregava.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (centro-oeste)

Apresentação

Através de informações oferecidas pela própria instituição em seu endereço Eletrônico, obtidas diretamente em sua grade curricular, não se pode achar nenhuma disciplina com o nome Introdução aos estudos históricos e sim disciplinas que contém o mesmo conteúdo programático. São elas: Teoria e Metodologia da Historia I, II e III.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I, II E III.

Carga horária: 64 horas (cada disciplina)

Objetivo:

O curso de História da UFG procura estar sintonizado com o estágio atual do desenvolvimento da ciência histórica e, ao mesmo tempo, ao incorporar as disciplinas específicas, busca flexibilidade suficiente para acompanhar o desenvolvimento dessa ciência, o que determina o perfil do profissional que o curso pretende formar e a demanda social a ser atendida.

Conteúdo programático:

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I

A história da historiografia dos seus primórdios aos dias atuais. As historiografias greco-romana e cristã-medieval: do mitológico ao teológico. O humanismo renascentista. Cartesianismo e reação anticartesiana na historiografia. A perspectiva iluminista e romântica. As Filosofias da História. A História erudita. A História entre a Filosofia e a Ciência. A Escola metódica e o positivismo. O cientificismo. As vertentes do historicismo. As correntes do marxismo e o estruturalismo. A Escola dos Annalles e a Nova História. A História Social e das Mentalidades. A Micro-História e o Cotidiano. A História da Idéias. A História Cultural.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA II

Epistemologia como reflexão sobre o conhecimento. As modalidades: conhecimento científico e senso comum. A natureza do conhecimento científico: mediação teórica, requisitos de verdade e objetividade. O processo cognitivo: relações entre sujeito e objeto. A inevitável subjetividade e os limites da objetividade no processo cognitivo. A polissemia do termo história: processo e conhecimento. A história e as ciências naturais. A história e as ciências sociais: a interdisciplinaridade. A história como ciência social. A natureza do conhecimento histórico e a operação historiográfica: heurística crítica e interpretação. O método histórico e sua base hipotético-dedutiva. Explicação e compreensão. Holismo individualismo.

Causalidade e leis. Diacronia e sincronia. Determinismo e relativismo históricos. O real ou referente histórico e a idéia de representação. Temporalidades históricas: relação passado-presente-futuro. A guinada interpretativa. Limites da epistemologia histórica: a interpelação da lingüística e o caráter narrativo do conhecimento histórico. O embate entre teorias estruturalistas e teorias voluntaristas da consciência.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA III

O campo problemático da historiografia contemporânea. A discussão sobre o conceito de paradigma. Tendências recentes da produção do conhecimento histórico. A crise da razão iluminista e seu impacto sobre as ciências sociais e a história. O debate modernidade versus pós-modernidade. A crise da modernidade e os questionamentos – em diferentes medidas – do paradigma científico moderno. Relação entre crise da modernidade e crise da história. Novas tendências teórico-metodológicas críticas da epistemologia racionalista: ameaças às pretensões de objetividade e cientificidade do conhecimento histórico, bem como à pressuposição do real histórico como referente. As alternativas paradigmáticas da história entre os reducionismos extremos da historiografia moderna e da historiografia pós-moderna. Os limites da interdisciplinaridade: suas contribuições e ameaças à identidade epistemológica da história. A filosofia analítica, a fenomenologia, a hermenêutica, o marxismo ocidental e o estruturalismo. Os embates entre objetividade e narratividade, abordagens global e micro-histórica, determinismo estruturalista e voluntarismo individualista, real histórico e suas representações. A ameaça da diluição ou não do conhecimento histórico ao domínio do literário-ficcional.

LIVROS E AUTORES:

Foi solicitada através dos e-mails disponíveis no site a relação de livros e autores utilizados, mas nada foi enviado como resposta da parte deles, com isso ficou difícil dizer qual eram os livros e autores escolhidos por cada professor.

Formas de avaliações:

  • Organização didático-pedagógica:
  • Administração acadêmica;
  • Projeto de curso;
  • Atividades acadêmicas;
  • Políticas de capacitação;
  • Integração graduação

Referencias:

http://www.historia.ufg.br/

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Carga horária: 72 horas/aula

Diferente da UFPE a UFSC possui apenas uma cadeira de Introdução aos Estudos Históricos, e duas de Teoria e Metodologia da Historia.

Introdução aos Estudos Históricos

Ementa: A cadeira de Introdução aos Estudos Históricos procura fazer uma discussão introdutoria sobre o conhecimento histórico por meio do estudo das fontes, discussão bibliográfica e da forma da narrativa.

Programa

1. Normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmicos

2. A pesquisa em História

3. A escrita da História

4. A cronologia: Idades, Etapas e Estágios

5. A relação entre História e outras áreas do conhecimento

6. Perspectivas historiográficas

Comentários

Passando por escritores como Braudel, Bloch, Foucault, entre outros; diferente da UFPE. A formação do professor é em Historia Social do Trabalho. Pode-se notar uma grande diferença na organização, pois o professor da cadeira trabalha com manuais de Historia e não com anti-manuais, ou seja, se ensina como se deve fazer um estudo histórico de acordo com regras.

Teoria e Metodologia da Historia I

Ementa: estudar as concepções modernas e os modelos históricos dos séculos XVIII e XIX.

2. Conteúdo

I. Unidade - O Relato dos Acontecimentos

1. Orientação e seleção.

2. Análise e interpretação de dados.

II. Unidade - O Pensamento Ocidental no Século XIX

1. A idéia de evolução na Ciência.

2. A idéia de progresso na Filosofia.

3. Idealismo e Materialismo.

4. Comte, Durkeim, Morgan e Marx.

III. Unidade - As Teorias da Cultura e da Sociedade

1. Evolucionismo

2. Funcionalismo.

3. Estruturalismo

4. Difusionismo

IV. Unidade - Idades, Etapas e Estágios

1. Periodização tradicional na História e na Pré-História.

2. Periodização universal e local.

3. Métodos e Técnicas da Arqueologia.

Outras Abordagens

1. Guerra e mudança social.

2. Tecnologia e Mudança social.

3. Cultura e Mudança social.

Comentários

Entre os autores estudados estão Durkheim, Marx, Engels, Holanda, etc.; a linha de pesquisa do orientador da cadeira cultura e trabalho de escravos, libertos e seus descendentes, cultura, trabalho e política nos movimentos sociais urbanos, História social da escravidão no Brasil.

Teoria e Metodologia da Historia II

Ementa: estudar os fundamentos teóricos da crítica historiográfica contemporanea.

Conteúdo

I. Unidade - O Relato dos Acontecimentos

1. Orientação e seleção.

2. Análise e interpretação de dados.

II. Unidade - O Pensamento Ocidental no Século XIX

1. A idéia de evolução na Ciência.

2. A idéia de progresso na Filosofia.

3. Idealismo e Materialismo.

4. Comte, Durkeim, Morgan e Marx.

III. Unidade - As Teorias da Cultura e da Sociedade

1. Evolucionismo

2. Funcionalismo.

3. Estruturalismo

4. Difusionismo

IV. Unidade - Idades, Etapas e Estágios

1. Periodização tradicional na História e na Pré-História.

2. Periodização universal e local.

3. Métodos e Ténicas da Arqueologia.

Outras Abordagens

1. Guerra e mudança social.

2. Tecnologia e Mudança social.

3. Cultura e Mudança social.

Comentários

A bibliografia passa por Weber, Burke, Alter, etc. A formação do professor da cadeira é em Historia Social. Seu campo de pesquisa é: Patrimônio, Memória e Educação; Alimentação, Memória e Patrimônio cultural; Patrimonialização e políticas de salvaguarda.

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=9685430651533127

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=4683812161044022

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=5273589105719950

http://www.cfh.ufsc.br/historia/programaHST7101.php

http://notes.ufsc.br/aplic/progdisc.nsf/1a5292df5d634de9032563ee006bb098/d6f2e44ec9e4d9bc03256554005d5870?OpenDocument

http://notes.ufsc.br/aplic/progdisc.nsf/1a5292df5d634de9032563ee006bb098/c483035762dad7aa03256b6c00298cbf?OpenDocument

Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Carga horária: 60 horas/aula

Na universidade Federal de alagoas há apenas uma cadeira de Introdução aos Estudos Históricos e duas Teoria e Metodologia da História.

Introdução aos Estudos Históricos

Ementa

A constituição da epistemologia e da teoria da História.

Conteúdo

1. Definição e utilização dos instrumentos teóricos de análise

2. A problemática do conhecimento histórico

3. O conhecimento objetivo e subjetivo na teoria da História

4. Processo histórico-social: o tempo histórico, leis, fatos, estruturas e conjunturas

5. Positivismo, séries estatísticas, séries sociais

6. A História conceitual: A Historia é uma ciência?

Comentários

Entre os autores estudados estão, Braudel, Burke e Le Goff. Diferente da UFPE, na UFAL usa-se manuais no curso de historia, nota-se assim uma grande diferença com a cadeira de mesmo nome da UFPE, pois nesta ensina-se o que deve fazer nos textos e naquela ensina-se o que não se deve fazer nos textos.

http://www.ufal.edu.br/ufal/ensino/graduacao/cursos/campus-maceio/ppc-historia-licenciatura.pdf

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (Nordeste)

Objetivos

Compreender a natureza epistemológica do campo histórico;

Refletir sobre o ofício do historiador e o lugar da história nas ciências sociais;

Compreender fato, documento, tempo enquanto categorias importantes para a interpretação da realidade histórica;

Identificar as principais correntes da historiografia ocidental.

Conteúdo Programático:

História, um termo polissêmico; história da história; história e historiografia; história e cientificidade; o ofício do historiador; fato, documento e tempo históricos; as principais correntes da historiografia ocidental.

Competências e Habilidades:

. Perceber a História como um movimento em que se combinam a continuidade e os momentos de ruptura, em diversos níveis.

. Reconhecer as especificidades culturais e individuais dos estudantes, adequando a elas os conteúdos e as abordagens.

Comentários

O curso tem por finalidade desenvolver a percepção do aluno sobre as diferentes maneiras como a ciência histórica foi encarada ao longo dos tempos. O curso e modelado em torno da analise de textos de autores renomados das respectivas escolas Positivista, Marxista, Annalles e Pós-moderna. Mas segundo alguns ex-alunos o professor normalmente se apropria de textos literários ou artigos jornalísticos para á partir deles analisar o tipo de pensamento ali presente, e com isso mostrar que o surgimento de novas (e melhores) formas de analise histórico não subjugou alguns pensamentos arcaicos como os apresentados pela Escola positivista. As formas de avaliação geralmente correspondem a seminários, resenhas ou alguma outra forma de avaliação alternativa proposta pelo educador, mais uma avaliação individual escrita e uma posterior avaliação final. Segundo os entrevistados a metodologia do curso (e do professor) é basicamente uma mescla dos preceitos da escola dos Annalles e da Marxista.

http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf

Um comentário:

Isabel Guillen disse...

Posso dar umas sugestões? Evite escrever links em vermelho, use o tradicional azul mesmo. Essas convenções existem para facilitar a vida da gente... E o vermelho é sempre um pouco agressivo.
Acho que vocês poderiam ter escrito uma avaliação geral de todos os cursos analisados. Daria para vocês fazerem isso?