sábado, 24 de setembro de 2011

Análise dos cursos de História nas universidades brasileiras.

Grupo 8: André Carvalho, Daniele Lins, Ígor Amarante, Merielen Araújo, Nadja Chagas, Rayanne Santos.

A pesquisa a seguir tem o propósito de fazer uma abordagem dos cursos de História em universidades brasileiras, nas disciplinas de Introdução aos Estudos Históricos e outras equivalentes como Teoria e Metodologia da História e Historiografia. As universidades apresentadas serão: Universidade Estadual de Roraima (UERR), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Conhecer o tipo de história que está sendo passado aos estudantes a partir da bibliografia e da ementa de cada disciplina é o foco de análise principal. Sendo assim, mostraremos se as universidades apresentam um conteúdo voltado mais ao Positivismo ou à história crítica e mais elaborada de Karl Marx e da Escola dos Annales. Os principais autores lidos das respectivas universidades pesquisadas, o objetivo pedagógico e as semelhanças com o curso da UFPE também serão colocados.


Universidade Estadual de Roraima

A Universidade Estadual de Roraima (UERR), após ter passado por um longo processo de formação, foi oficialmente criada em 10 de novembro de 2005.

O curso de História foi aprovado em maio de 2006 e entrou em funcionamento a partir do segundo semestre deste mesmo ano.

“O objetivo do curso é preparar profissionais para o exercício da docência e pesquisas capazes de dominar os saberes teórico-práticos necessários ao ofício de historiador e apto a compreender a sociedade brasileira nas suas múltiplas peculiaridades numa perspectiva crítica, articulando os conhecimentos construídos ao longo do curso com a história local e universal e sua inter-relação com as diversas áreas do conhecimento.”

A grade curricular da UERR torna-se bastante distinta em relação a UFPE, tendo por base o primeiro semestre, pois a única cadeira em comum entre as duas universidades é a de Introdução aos Estudos Históricos (IEH).

Na cadeira de IEH da Universidade Estadual de Roraima, são abordados autores com Marc Bloch um dos fundadores da Escola dos Analles, que traz o início do pensamento da construção da história não positivista; tem o autor Ciro Flamiron Cardoso, que tem uma linha ideológica marxista flexível; e em concordância com a bibliografia da UFPE tem o autor José Carlos Reis, mas com outro livro que é A história, entre a história e a filosofia e a ciência, livro este que mostra as três direções básicas da História científica no século passado: a orientação rankiana; a orientação diltheyniana e a orientação marxista.

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) surgiu em 1962, com a criação dos cursos de Farmácia e Odontologia, ainda quando o estado era Mato Grosso. O curso de História vem surgir em 1970, junto com o Centro Universitário de Três Lagoas, da então Universidade Estadual do Mato Grosso.

“O Curso tem como objetivo formar professores de História para o segundo segmento do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, além de fomentar as vocações de pesquisa e produção de conhecimento nas regiões onde o curso for desenvolvido, podendo o licenciado atuar em órgãos de fomento ao turismo, de defesa do patrimônio histórico-artístico, museus e centros culturais.”

A grade curricular na UFMS na área de licenciatura em história é diversificada e divergente, se compararmos ao curso na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). No primeiro período na UFMS não há uma cadeira de Introdução aos Estudos Históricos, Metodologia, Historiografia ou Teoria da História. No entanto há as cadeiras de Prática de Ensino em História I e Metodologia da História.

A disciplina Prática de Ensino em História I tem como meta estudar as teorias da história e discutir a importância dos estudos históricos e historiográficos. A cadeira é apresentada com aulas expositivas, leitura de livros, realização de seminários e discussões na sala de aula. A matéria Metodologia da História utiliza os mesmos procedimentos didáticos, da matéria já citada, no entanto o alvo é estudar de forma metodológica a história. Ambas possuem o objetivo central de formar historiadores críticos, com o intuito de construir e renovar uma produção de conhecimento.

As outras grades na UFMS divergem das da UFPE, por exemplo, na UFPE no primeiro período a cadeira de Economia I é obrigatória, já na UFMS é optativa, como também a matéria de Sociologia. Na UFPE temos a disciplina de Filosofia II no primeiro período, já na UFMS paga-se Filosofia da Educação, e no segundo semestre do curso.

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) tem suas origens no Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910 depois de uma série de mudanças de nome e de estabelecimento físico. A partir disso começa a introdução das graduações, e o curso de licenciatura em história é inserido em 1969.

A UFRRJ adota duas disciplinas que são cursadas em semestres distintos e se chamam Teoria e Metodologia da História I e Teoria e Metodologia da História II, divergindo do nome Introdução aos Estudos Históricos, adotado pela UFPE.

São abordados princípios teóricos que fundamentam a disciplina e que tem como objetivo fazer com que os estudantes apropriem-se dos conhecimentos metodológicos, para a análise e compreensão da evolução teórico-metodológica da história.

Textos como: Contribuição à crítica política de Karl Marx, Apologia da História ou o Ofício do Historiador de Marc Bloch, Combates pela História de Lucien Febvre, entre outros, mostram que a ementa do curso é bastante voltada para a concepção marxista da história e para a Escola dos Annales. Temáticas econômicas, sociais, políticas e culturais também são exploradas.

São encontradas semelhanças entre o conteúdo da UFRRJ e da UFPE, como discussões entre a narrativa histórica tradicional e moderna, a concepção marxista de história crítica, a aversão ao Positivismo demonstrada pela Escola dos Annales e a leitura de autores como José Carlos Reis e Jurandir Malerba. Até mesmo a estrutura da disciplina, dividida em duas partes, assemelha-se ao nosso programa, apesar de terem nomes diferentes.

Universidade Federal de Alagoas

A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) tem um projeto para o curso de graduação de Licenciatura em Historia que se caracteriza em formar professores da educação básica em nível superior e para desenvolver a pesquisa cientifica no país, buscando também estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo. Com uma programação acadêmica pelo sistema seriado com periodicidade semestral em semestres letivos correspondentes a cem dias de atividades acadêmicas sob-regime presencial.

Sabe-se que a formação nos cursos de licenciatura, em seus moldes tradicionais, deixa à mostra questões históricas a serem enfrentadas, fazendo com que o aluno egresso da UFAL seja movido pela espontaneidade à improvisação ou auto-formulação do “jeito de dar aula”.

A grade curricular dessa universidade aborda assim como a da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) a cadeira de Introdução aos Estudos Históricos (IEH) que apesar de ter nome gerado de um manual positivista, consiste em: definição e utilização dos instrumentos teóricos de analise a problemas do conhecimento histórico; o objetivo e subjetivo da teoria da história; o processo histórico-social; do positivismo à quantificação das series sociais; a história conceitual e o debate atual. Essa disciplina adota livros como BURKE, P. A Escola dos Annales: 1929 a 1989: A Revolução Francesa da Historiografia e LE GOFF, J. e NORA, P. História:Novas Abordagens. Que demonstram a aplicação dessa cadeira voltada para a construção de uma história crítica discutida por Marx, apresentando uma disciplina de IEH similares ao proposto pela UFPE.

Universidade Federal do Paraná

O setor de história da UFPR (Universidade Federal do Paraná) teve seu preceito proposto em 16 de janeiro de 1960, a partir do estabelecimento do “Seminário de História” designado em 14 de maio de 1959, “Seminário de História” que só teve lugar em 23 de setembro de 1959. Seguindo 1º regulamento foram estabelecidas as Cátedras de História Antiga e Medieval, História Moderna e Contemporânea, História do Brasil e História da América. O departamento da UFPR tem como objetivo em seu artigo 3º “requerer e desempenhar análises históricas, de maneira especial a regional, o estudo da teoria da História, sessões de seminário sobre o ensino da História ou diversos problemas da ciência histórica”. O corpo docente é formado por 24 doutores formados em universidades estrangeiras e nacionais.

O ensino de história na Universidade Federal do Paraná conta com cátedras de iniciações aos estudos da história como: Introdução ao estudo da história, Teoria da História e Historiografia. O intuito das mesmas é o aprofundamento do conhecimento teórico e o desenvolvimento de métodos de pesquisas.

A cadeira de Teoria, História e Historiografia foi criada em 2003, é composta por professores de várias universidades, para reflexões de atitude metodológicas e epistemológicas da disciplina história. A estrutura bibliográfica utilizada como auxilio para as aulas desta cátedra são, algumas delas: “Prisma: crítica cultural e sociedade de ADORNO, Theodor, A pesquisa histórica: teoria e método de ARÓSTEGUI, Julio, História e teoria social de BURKE, Peter. REIS, José Carlos. A História entre a filosofia e a ciência, entre outros.”

Introdução aos estudos históricos tem a função pesquisar e esquematizar uma forma de estudar a escrita da história ao longo do tempo, apontar referenciais teóricos, para isso usam livros de autores como: “REIS, José Carlos. A História entre a filosofia e a ciência, REIS, José Carlos. História & teoria. HOBSBAWM, Eric. Sobre história. BURKE, Peter(org.). A escrita da história: novas perspectivas, outros com essa mesma linha de pensamento.

Alguns livros utilizados pela UFPR também são utilizados pela UFPE, assim também como alguns autores. Só que há divisões e elementos que divergem, pois, essas cadeiras só são vista no 1º período junto à metodologia da história II e nos próximos é vista em: teoria da história I e III, historiografia brasileira.

Conclusão

Ao concluir esta pesquisa, vemos que as universidades do Brasil trabalham com a mesma didática de ensino (discussões em de aula, livros, seminário e aulas expositivas); algumas que não trabalham a disciplina de introdução aos estudos históricos (IEH), suprem a mesma com outras disciplinas, que assim como IEH dão início ao conhecimento referente às redes ideológicas: positivistas, marxista, e pós-modernista. Pois IEH não é aplicada com seu intuito original positivista, atualmente essa cadeira tem mais heranças marxista, mostrando que há a necessidade de escrever a história dos vencedores e vencidos, de todos os personagens e ambientes da história.

Os livros e os autores são semelhantes (quando não o mesmo autor e livros diferentes), autores como Jurandir Malerba, José Carlos Reis e Bloch estão sempre presentes na bibliografia nas instituições acadêmicas estudadas. As ementas dos cursos apresentam a mudança de direção do objetivo dos mesmos, antes apenas o estudo do passado e atualmente a nova divisão da história como ciência que busca entender o contexto histórico da época estudada, criticá-lo e a correlacionar esse aprendizado com o presente.

A pesquisa acrescentou a nossa bagagem, tanto os conhecimentos citados acima, quanto o início da direção de determinados autores e suas concepções. Além da utilização das redes sociais (Orkut, facebook, twitter etc.) como auxílio a pesquisa, visto a dificuldade de encontrar determinadas bibliografia.

Um comentário:

Isabel Guillen disse...

Pessoal, façam uma introdução e conclusão mais explicativa e destaquem cada universidade analisada. Prática de ensino de história é voltada para o trabalho dos futuros professores em sala de aula, e seu conteúdo não se aproxima do que estudamos em Introdução aos Estudos Históricos. Façam uma conclusão... eu preciso saber o que vocês concluíram deste trabalho...