quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Micro-história. Avaliação historiográfica
Poucos temas têm suscitado tanto debate, nas últimas décadas, quanto a micro-história. Seja pelas polêmicas e debates que provocou, seja pelo campo de possibilidades metodológicas que abriu ao trabalho do historiador. No Brasil, alguns trabalhos trataram de fazer uma avaliação historiográfica dessas questões. Podemos começar com a tese de doutorado de Henrique Espada Lima, publicada pela Civilização Brasileira em 2006, A micro-história italiana: escalas, indícios e singularidades. Trata-se de um trabalho de grande envergadura, que busca estudar o grupo de historiadores que se formou em torno da revista Quaderni Storici, e os problemas que discutiam. Esses historiadores foram o próprio Carlo Ginsburg, Edoardo Grendi e Giovanni Levi. (A tese de doutorado pode ser encontrado no banco de teses da UNICAMP)
O segundo trabalho que discute a micro-história é o já conhecido livro de Ronaldo Vainfas, Micro-história. Os protagonistas anônimos da História. Publicado pela editora Campus em 2002, este volume parte de um "contexto" historiográfico mais amplo, e analisa o debate em torno da história das mentalidades e a história cultural, como "berço" da micro-história.
Reunindo historiadores num balanço da "microanálise", o livro organizado por Jacques Revel, Jodos de escalas. A experiência da microanálise é sem dúvida o melhor "balanço" já produzido sobre o tema. Além do próprio artigo de Revel, destacam-se os de Giovanni Levi, Sabina Loriga e Edoardo Grendi.
Dentre os trabalhos que tentaram fazer uma análise ampla da micro-história, não podemos deixar de fazer referência ao artigo do Giovanni Levi, "Sobre a micro-história", publicado no livro organizado por Peter Burke, e publicado pela editora da UNESP em 1992, A escrita da História: novas perspectivas.
Acredito que tenhamos aqui um bom início de discussão e debate, não acham?
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