sábado, 24 de setembro de 2011

Análise dos Cursos de História nas Universidade do Brasil - Grupo 9

Com o intuito de desenvolver uma análise crítica sobre o curso de graduação em História, no Brasil, abordamos cinco Universidades de diferentes regiões. Dentre as várias, destacamos UFMG, UFGO, UERR, UFPR e UFPB, observando as disciplinas relacionadas à Introdução, Teoria, Metodologia da História e Historiografia.

Se hoje o conceito positivista está vencido, se faz necessária a explicação do porquê ainda adotamos, em algumas de nossas Universidades, disciplinas que remetem essas ideologias mesmo podendo não aplica-las. Em uma pesquisa profunda, há possibilidade de definir os motivos de ainda existirem tais cadeiras e de onde eles são decorrentes.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

Com o objetivo de formar historiadores críticos aptos ao ensino de história e da prática historiográfica, o curso de licenciatura em História da universidade federal da Paraíba ( UFPB ) oferece em sua grade curricular o acesso a várias áreas do saber ( economia, filosofia, ciências sociais, antropologia ), o que explicita o caráter interdisciplinar do curso, muito importante para a construção do conhecimento do historiador.

Nesta apresentação pretendemos mostrar como é feita a abordagem nas cadeiras de Introdução aos Estudos Históricos, Introdução aos Estudos Históricos e Sociais, Teoria da História I e Teoria da História II. Pois é através dessas disciplinas que o historiador em formação é introduzido aos estudos da sua ciência e tem acesso ao instrumental teórico do qual fará uso no exercício da função do fazer história.

Na disciplina de Introdução aos Estudos Históricos o aluno é apresentado aos fundamentos que norteiam o conhecimento histórico. O que possibilita uma compreensão da importância do estudo da ciência da história, bem como um entendimento do que é, como evolui e como se produz conhecimento histórico.

Em aulas expositivas, grupos de leitura e discussão, e em seminários realizados pelos alunos são feitas as apresentações das principais escolas historiográficas e discussões sobre o exercício da reflexão histórica e a prática interdisciplinar. Também são discutidos os principais aspectos teóricos e metodológicos da produção da pesquisa histórica no Brasil e no mundo.

Na bibliografia adotada no curso encontramos o manual posivista escrito por Charles-Victor Langlois e Charles Seignobos “ Introdução aos estudos históricos “, o livro “ Sobre a história “ do historiador marxista Eric Hobsbawn e “ A história vigiada “, de Marc Ferro, que é da Escola dos Annales.

A matéria de Introdução aos Estudos Históricos e Sociais visa introduzir os alunos à teoria do conhecimento e à reflexão crítica sobre o saber produzido nas ciências sociais, sobre o conhecimento histórico e a sobre a importância da interdisciplinaridade.

Autores como os filósofos John Locke e René Descartes, Fernand Braudel e Peter Burke da Escola dos Annales, e Milton Santos com o seu “ Por uma geografia nova “ presentes na bibliografia adotada, nos mostram a importância da interdisciplinaridade no curso.

O objetivo do curso de Teoria da História I é fazer uma problematização do conhecimento histórico. Discutir temas como a cientificidade da história, teoria do conhecimento, verdade histórica, escrita da história e o ofício do historiador.

As referências bibliográficas contam com Michel Foucault, Hayden White, Astor Antônio Diehl e Ciro Flamarion Cardoso, entre outros.

Já em Teoria da História II o curso pretende oferecer um amplo painel sobre a configuração moderna da história e vincular esta questão aos debates historiográficos atuais, especialmente entre as noções de modernidade e pós-modernidade.

Nas referências bibliográficas do curso encontramos obras de filósofos como Aristóteles, Hegel, Marx, Foucault, Nietzsche, Heidegger, entre outros.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG

O curso de graduação em história da UFMG, pertencente a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, é estruturado em oito períodos com disciplinas obrigatórias e optativas. Tem o objetivo de tornar o aluno capaz de analisar e interpretar criticamente o processo histórico em sua multiplicidade de dimensões pelos mais variados dados fornecidos.

Ministrada no 1° período do curso, Introdução aos Estudos Históricos, visa adentrar as principais características conceituais que têm orientado a produção do conhecimento histórico em diferentes momentos de sua constituição. A cadeira estabelece uma linha de estudo que mostra o papel do historiador desde a formação dos conceitos Iluministas, passando pela escola Metódica positivista até chegar ao trabalho feito por Karl Marx. Daí em diante, percebemos a abordagem de textos que mapeiam a chamada história crítica, a influência da Escola dos Annales e a formação da historiografia contemporânea.

A Bibliografia básica utilizada no curso é bem extensa e totalmente adequada à linha de estudo que pretende seguir. Autores como BURKE, BRAUDEL (Escritos sobre a história), LE FERBVRE e BLOCH (Introdução à história) aparecem como influentes da escola francesa. BASSELAAR marca presença com o livro Introdução aos estudos históricos, BOURDÉ e MARTIN estão representados pela ótima obra As Escolas Históricas. Não ficam de fora outros nomes de grande contribuição como HOBSBAWM, CARR (Que é história) e HARTOG, além de muitos outros. Pelos autores nacionais destacam-se, além dos demais, MALERBA e REIS no estudo da escola metódica e da historiografia.

Já no 3° período do curso é aplicada a disciplina de Teoria e Metodologia da História, que propõe refletir sobre o estatuto do conhecimento histórico, dando ênfase em temas como: operação histórica, causalidade, temporalidade, narrativa, memória e verdade histórica. Todas as questões levarão em conta as abordagens produzidas pelos historicistas de ontem e hoje, os estruturalistas e seus críticos, como consta na ementa da matéria.

Podemos analisar pela sua bibliografia (tão ampla quanto a mencionada anteriormente) que a cadeira, além de lançar novos conceitos, dá certa continuidade a alguns textos trabalhados na disciplina de Introdução aos Estudos Históricos. São colocados como primordiais os autores CERTEAU, CHARTIER, HOBSBAWM e GINZBURG. A abordagem de WEBER é marcante, já que a cadeira se entrelaça nas ciências sociais. Vemos novamente a influência dos brasileiros REIS e, em grau maior, MALERBA.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR

Sendo a mais antiga do país, criada em 1912, a Universidade Federal do Paraná tem como objetivo do seu curso de graduação em História capacitar o aluno de transmitir o conhecimento produzido, realizar pesquisa e dominar os processos pelos quais o conhecimento historiográfico é elaborado, como diz sua ementa.

A disciplina de Teoria da História é dividida em quatro unidades aplicadas nos 1°, 2°, 5° e 6° períodos. Tem o objetivo de anexar o ofício do historiador e os conceitos fundamentais da história. Os mesmos são trabalhados no decorrer da cadeira de forma fragmentada com o intuito de introduzir o conceito de “tempo”, como forma do tempo histórico e o concreto, na construção do conhecimento.

Dividida nos 6° e 7° períodos, a matéria de Metodologia da História, visa tornar o historiador apto a interpretar as teorias, os métodos e os tipos de fontes. Pois o processo de elaboração de um projeto de pesquisa requer por em prática a operacionalização de uma pesquisa histórica.

Por meio da influência da Escola dos Annales, desenvolvendo uma crítica ao pensamento positivista, a disciplina de Introdução aos estudos da História, mostra todo o caminho feito pelo estatuto do fazer história, dos tempos da idade média até hoje. O curso guia-se pela historiografia atual que remonta esse pensamento da escola francesa.

Teoria da história e historiografia discute de que forma o conhecimento pode ser produzido, evidenciando a importância do uso do método e da racionalidade. Apresenta, também, uma sistematização entre as demais disciplinas científicas e como os estudos históricos e historiográficos podem se renovar como passar dos anos.

A abordagem do curso é abrangente, visto que os temas básicos são abordados, garantindo a formação do conhecimento dos conceitos fundamentais da história e na questão das tendências atuais da historiografia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFGO

A Universidade Federal de Goiás (UFGO), em seu curso de licenciatura em História, prioriza a cadeira Teoria e Metodologia da Historia, sem o uso de Introdução aos Estudos históricos em sua grade curricular.

Tal disciplina está dividida pela interdisciplinaridade; no primeiro período (Teoria e Metodologia da Historia) há uma forte conexão entre historiografia e filosofia, como, por exemplo As filosofias da história e a obra de José Carlos Reis A Historia entre a filosofia e a ciência. No segundo e terceiro período observa-se Teoria da historia I e II, respectivamente, onde a interdisciplinaridade é encontrada na história junto à sociologia, como por exemplo, em As modalidades: conhecimento científico e senso comum. A história como ciência social ( 2° período) A crise da razão iluminista e seu impacto sobre as ciências sociais e a história.

Baseado na analise feita das disciplinas, o curso segue sobre forte influência da escola dos Annales, seguindo uma linha de estudo de multidisciplinaridade, principalmente com a filosofia e a sociologia.

Infelizmente não foi possível fazer uma pesquisa mais profunda, devido a indisponibilidade bibliográfica das referentes disciplinas.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORÁIMA - UERR

O curso de Historia foi instaurado em 2006 e fundamenta-se no exercício da pesquisa e docência, a fim compreender a sociedade e sua pluralidade. De forma crítica o historiador é formado a partir da ética, moral e responsabilidade; fortalecendo as bases: ensino, pesquisa e extensão.

Dentre as quarenta disciplinas obrigatórias oferecidas, na grade curricular do curso de Historia, iremos analisar quatro; todas com carga horária de 72hs. Destacamos Introdução aos estudos Históricos, Teoria da Historia séc XIX e XX e Historiografia Brasileira.

De forma coerente e objetiva vamos citar apenas algumas das obras renomadas, tendo em vista a variedade bibliográfica de cada disciplina:

Introdução aos Estudos Históricos possui uma bibliografia composta por cinco obras de autores distintos. Marc Bloch se faz presente entre eles com seu livro, inacabado, Apologia da historia ou oficio do historiadorque escreveu quando estava em cativeiro. O mesmo apresenta uma forte crítica à escola metódica e condensam as primeiras idéias da escola de Analles, esta obra é de suma importância por ser uma das obras essenciais para os historiadores. Na UERR essa disciplina mostra-se contra aos manuais positivistas, mostrando que uma boa história não é apenas feita de fatos, buscando interdisciplinaridade e quebrando as barreiras de temporalidade linear.

Teoria da História no séc. XIX contempla o estudo do pensamento e das correntes historiográficas. O iluminismo, historicismo, positivismo e marxismo são enfatizados nessa disciplina ao decorrer de cinco obras bibliográficas. Nela, as obras de contrapõem, ao ser colocado uma de cada linha de pensamento. Começando com o Tempo e Narrativa de Paul Ricoeur, um autor metódico, e terminando com José Carlos Reis, um autor pós-moderno, com a obra História e Teoria: historicismo, modernidade e verdade onde ele percorre de forma objetiva todas as “formas” que a historia já foi estudada, dos gregos aos pós- modernos.

Em meados do curso de Historia na UERR aplica-se a disciplina Teoria da Historia do séc.XX que analisa o pensamento e as correntes historiográficas desse século, ressaltando a Historia Cultural e correntes recentes. Ao possuir seis publicações em sua bibliografia, a disciplina, tem autores consagrados como Eric John Earnest Hobsbawm, marxista conhecido internacionalmente. Conta também com a obra de Perter Burke A escola dos Analles onde o mesmo contitui, de forma singular, os objetivos dessa escola e as críticas que a mesma desenvolve contra os historiadores positivistas. No âmbito da historia cultural, um dos representantes, da terceira geração da escola dos Annales, é Roger Chartier com a obra A História cultural.

A disciplina Historiografia brasileira, como o próprio nome já diz, visa analisar as diversas maneiras de se pensar historia neste país ao longo do tempo. Estudando os objetivos das correntes de pensamento, os historiadores coloniais, marxistas, a influência da escola dos Annales e as tendências historiográficas atuais. Em sua bibliografia são incorporadas seis obras, tais como As identidades do Brasil: De Varnhargem a FHC de José Carlos Reis e Historiografia Brasileira em Perspectivas de Marcos César Freitas.

CONCLUSÃO

Ao final de pesquisas e análises, podemos entender que mesmo algumas Universidades ainda carregando disciplinas as quais os nomes remetem a ideia positivista, observamos que o objetivo dos cursos é formar historiadores que construam o estatuto do fazer história de forma crítica e interdisciplinar. Mesmo sendo nova para o período histórico, a crítica à escola Metódica, guiada pela influência dos Annales, é o caminho seguido pelos cursos de graduação aqui analisados. O futuro historiador se depara com novos meios de produção historiográfica, novos pontos de abordagem dos temas visados, tudo com o intuito de expandir a construção do conhecimento.

Grupo: Kaio Lacet (UFMG), Paula Kelly (UERR), Edouard Brandão (UFPB), Diogo Chagas (UFGO) e Marcella Farias (UFPR).

Analise dos cursos de História no Brasil

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – CFCH
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA, 1º PERÍODO, NOITE
DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS HISTÓRICOS

GRUPO 1: ALBERTO LUIZ, GUILHERME FAIRBANCKS, IVISON LIMA, KARINE FERREIRA E WANDERSON HENRIQUE.

Após a leitura do texto de Carlos Antonio Aguirre Rojas, Antimanual do mau historiador(2007), com título bastante sugestivo, onde o autor inicia sua crítica a presença de concepções positivistas ainda hoje nas escolas e universidades, tendo como consequência a formação de maus historiadores, surgiu o seguinte questionamento: como as universidades brasileiras preparam seus estudantes? Esse é o objetivo deste texto, analisar 5 academia , uma de cada região do país, e tentar responder a esta pergunta. Para tal finalidade vamos utilizar os dados fornecidos pelos sites das respectivas Instituições de Ensino. Por esses dados serem limitados, não poderemos ir a fundo nesta avaliação, ficando com uma abordagem relativamente superficial, porém com o caráter informativo e reflexível a respeito das Universidades escolhidas e em caráter expositivo de tudo que nós encontramos. As Universidades que escolhemos foram: Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Vamos nos ater a 3 pontos principais: estrutura do curso, grade curricular e bibliografia. Vamos descrever cada uma delas e depois compará-las entre si. Queremos com isso deixar explicito, que não pretendemos estereotipar nenhuma das Instituições de Ensino, e sim descrevê-las de forma ampla e em caráter de pesquisa acadêmica pra melhor apresentar o papel do Historiador e como ele vem sendo difundido dentro dos diferentes âmbitos acadêmicos.

Iniciaremos nossa abordagem com a região Norte, com a UFPA - Universidade Federal do Pará como objeto de estudo. Mais precisamente o seu Departamento de História, que fica na Faculdade de História em Belém. A maioria das informações referentes a faculdade e a graduação que vamos apresentar, foram retiradas de sua página eletrônica.
Esta Acadêmia, na qual o curso de História surgiu em 1955, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Pará, englobada pela UFPA em 1957, possui como objetivos: propiciar aos universitários condições de desenvolvimento das habilidades necessárias para Licenciatura e Bacharelado; refletir o saber da Historia e usá-la na formação de cidadãos; compreender a prática do ensino da História, no que diz respeito a epistemologia e a metodologia, para entender melhor o homem no tempo. Desde a descrição das finalidades da graduação, já podemos perceber um pouco de distanciamento das concepções positivas. Tais como a história sendo uma escrita puramente "descritiva, monográfica, pobre e acrítica" (ROJAS, 2007, p. 07). E notamos a influência da nova história apresentada por Marc Bloch (2001), que é posteriormente constatada na bibliografia básica do curso. Então, já era de se esperar que na sua estrutura curricular não há a presença da disciplina Introdução aos Estudos Históricos, nome dado graças ao livro homônimo positivista dos autores Seignobos (1946) e Langlois (1946). Em seu lugar foram colocadas as cadeiras: Teoria da História I, Teoria da História II, Teoria da História III, Historiografia brasileira, Metodologia da história I, Metodologia da história II. Vamos a seguir elencar e conteúdos programáticos delas, para termos uma noção melhor do curso.
Nas cadeiras de Teoria da História I, II e III nos períodos, respectivamente, 1º, 2º e 4º o corpo docente possue a intenção de debater com os alunos, fazendo-os julgar criticamente os principais temas: Saber histórico, historiografia e teoria; os conceitos de história na idade média; humanismo, filosofia e história no Renascimento; análise crítica dos problemas relacionados ao uso das teorias na história a partir de uma dupla abordagem: texto e contexto; Escola dos Annales: outras fontes, tempos, narrativas e objetos.
Na disciplina de Historiografia Brasileira, no 2ª período, estão presentes os assuntos: Historiografia brasileira do século XIX e inicio do XX; Varnhagen e a história oficial do império. Narrativa crítica e verdade em Capistrano de Abreu. O modernismo e a história da formação da sociedade brasileira: Caio Prado Junior, Gilberto Freire e Sergio Buarque de Holanda.
E nas cadeiras de Metodologia I, e II, nos períodos 5º e 6º, respectivamente, o enfoque está no ofício do historiador; na narrativa histórica; história, tempo e mentalidade: a França e o Brasil; cultura e História da Arte; Procedimentos metodológicos; historia oral; história escrita: a arte de ler, tanscrever, fichar e interpretar fontes.
Verificando-se as referências bibliográficas destas disciplinas, temos uma pista da forma como estes assuntos são desenvolvidos, já que não podemos presenciar as aulas e, portanto, não podemos esclarecer fielmente. Estudam livros e textos de autores como Marc BLOCH (2001), Etienne Bloch (1997), Jean Boutier e Dominique Julia (1998), Fernand Braudel (1992), Peter Burke (1992), Edgar de Decca (1981), François Dosse (1992), Lucien Febvre (1989), Marcos Cezar Freitas (1990), Maria Laura P. Barbosa Franco (1982), Eric J Hobsbawm (1998), Jacques Le Goff (1994), Georges Duby (1993), entre outros. A grande maioria desses autores, se não todos, não são positivistas, mas sim, adeptos de uma história crítica, principalmente aqueles que pertencem a Escola dos Annales. Só pra citar um exemplo de renovação da prática e do conhecimento histórico está a historiadora Maria Laura P. Barbosa Franco (1982), que critica os livros didáticos, chamando-os de perpetuadores e veiculadores das ideologias dominantes.

A academia escolhida do Centro-oeste brasileiro por sua vez foi a Universidade Federal de Goiás (UFG). Onde também podemos encontrar disciplinas similares a anterior, assim continuamos nossa pesquisa falando sobre as semelhanças encontradas em seus conteúdos acadêmicos. Para tento, porém, uma breve apresentação da instituição e sua história. Fundada no dia 14 de dezembro de 1960. Esta tem origem devido à junção de cinco escolas superiores que existiam em Goiânia: a Faculdade de Direito, a Faculdade de Farmácia e Odontologia, a Escola de Engenharia, o Conservatório de Música e a Faculdade de Medicina. O crescimento da universidade ao longo ao tempo ocasionou uma reestruturação em seus departamentos, dado origem a outras academias dentre elas a Faculdade de História, fundada no ano de 2009. É com base nas informações encontradas na página da internet da FH que daremos seguimento a nossa pesquisa em relação ao que diz respeito ao perfil do curso de licenciatura História e seus principais objetivos. A formação de professores e pesquisadores, capacitados para trabalharem em diversas árias incluindo as partes culturais e acervos documentais, é o que encontramos em primeiro plano no seu perfil. A FH oferece também cursos de especialização na área de história, para os estudantes interessados em prosseguir seus estudos dentro da academia. Estes alunos também têm acesso ao laboratório de informática, leitura de microfilme e ao acervo de documentos. O curso de história esta dividido em duas modalidades, licenciatura e bacharelado, ambos com as disciplina de Teoria e metodologia da História I, II e III em sua grade curricular, as quais nós vamos nos concentrar em nossa pesquisa. As disciplinas em questão estão divididas respectivamente nos 1º, 2º e 3º períodos do curso de licenciatura. Em todo o curso não há registro de uma disciplina com nome de Introdução aos Estudos Históricos, de forma que nos remeta a qualquer manual que pretenda formular uma maneira correta de como podemos fazer e/ou estudar história e historiografia. Em contraponto a isso o que esta descrita na ementa do curso a respeitos das disciplinas de Teoria e metodologia da História fazem menção a debates que buscam abordar de forma reflexiva a problemática que o historiador encontrará ao exercer seu ofício como tal. Nos primeiro período encontramos a abordagens dos temas a história da historiografia dos primórdios aos dias atuais. A escola dos Annales e a nova História. A escola metódica e o positivismo. Baseando se nisso podemos fazer uma leitura de que o ponto principal da disciplina não esta meramente ligada ao fato de teorizar ou de fazer análises metódicas, mas de levar o estudante a pensar na amplitude do conhecimento histórico e suas diferentes vertentes. Seguindo uma ordem numérica continuaremos refletindo sobre alguns dos temas abordados no segundo período tais como: requisito de verdade e objetividade. A polissemia do termo história do termo história. A interdisciplinaridade. Relação de passado-presente-futuro. Os temos abordados podem ser facilmente confrontados com a proposta do livro de Langlois e Seignobos e tentos outro manuais que buscavam um meio de produzis conhecimento historiográfico com os alhos voltado somente para o passado, morto em si mesmo, onde o historiador recebe o papel de escrivão de fatos apurados ao longo do tempo. Por últimos os aspectos observados no terceiro período onde a disciplina de Teoria e Metodologia da História III toma proporções de debate a respeito da pós-modernidade e seus principais conceitos no que diz respeito à história enquanto ciência. Observamos isto nos temas em destaque: O debate entre Modernidade versus pós-modernidade. Os embates entre objetividade e narratividade. A ameaça da diluição ou não conhecimento histórico ao domínio do literário ficcional. Os questionamentos abordados e propostos como tema de discussões nos levam a crê que os temas abordados pretendem difundir no meio acadêmico o conhecimento critico e um pensamento autônomo, porém nunca auto-suficiente sabendo que a história não é uma disciplina que estuda meramente o passado de um ponto de vista imparcial e hegemônico. 4 A história é estudo da humanidade e está aberta para novos olhares e debatas a respeito das ações humanas e os e seus resquícios ao longo do tempo, que utrapação gerações e interferem na vida social dos indivíduos direta ou indiretamente.

Embora tenhamos começando com as universidades que não apresentando disciplina de Introdução aos Estudos Histórico, dentre as cinco instituições escolhidas três delas tem esta disciplina em sua grades curriculares, a exemplo disso temos a universidade de Universidade Federal de Minas Gerais como referencial, localizada na região Sudeste. Vamos descrever os pontos que achamos importantes no seu curso de graduação em história. O curso universitário de história surgiu na Universidade Federal de Minas Gerais em 1939, mas só começando a funcionar em 1941. E tem como foco, segundo seu site oficial, a formação de licenciados e bacharéis que tenham a capacidade de uma prática de ensino dotada de criatividade, crítica, percepção histórica e amadurecimento dos próprios alunos e da sociedade. Isso deverá ser conquistado através, principalmente, do conhecimento dos principais conceitos e trabalhos historiográficos e do conhecimento da história da História.
As disciplinas responsáveis, na sua grade curricular, pelas práticas metodológicas e de teoria da história são: Introdução aos Estudos Históricos, Prática da História I e II e Análise da Prática de História/ Estágio de História I, II, III, IV, V. Mas vamos nos focar na cadeira de Introdução aos estudos Históricos.
Esta cadeira possui o objetivo específico de fazer uma introdução ao aluno sobre os conceitos básicos do conhecimento histórico e como estes mudaram ao longo do tempo. Privilegiando temas como: história, operação histórica, fatos históricos, fonte/documento de pesquisa histórica, tempo, espaço, mudança, continuidade e historiografia. Ela é dividida em 3 unidades, mas as que chamam mais atenção são as unidades III e IV, pois os professores responsáveis irão trabalhar com seus alunos a Escola Metódica (positivista) e as críticas que ela recebera. Para isso, utilizam autores como Peter Burke (1997), Eric Hobsbawm (1998), George Le Febvre (1974), Guy Bourdé (1996) e Hervé Martin (1996), entre outros. Embora essa disciplina carregue consigo um significado positivista, ela não é utilizada como manual de como fazer história. São apresentadas análises críticas para trazer uma história mais dinâmica e mais social.

Outro exemplo de universidade com esta disciplina e com pontos de vistas similares é a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). O Instituto de Ciências Humanas (ICH), onde se encontra o departamento de História, é localizado em Pelotas (RS). Em 31 de dezembro de 1980, foi autorizado o funcionamento das licenciaturas plenas em História (reconhecida pela Portaria 171, de 7 de março de 1986) e Geografia (reconhecida pela Portaria 319, de 17 de maio de 1989), como complementos à licenciatura curta de Estudos Sociais. O curso de Licenciatura em História tem como Objetivos principais: Problematizar os processos históricos observados; Interpretar, por meio de fontes e linguagens diversas, a experiência histórica; Produzir análises e interpretações utilizando-se dos conceitos, categorias e vocabulário pertinentes ao discurso historiográfico; Conhecer o processo de construção da historiografia; Perceber a historicidade em todas as manifestações sociais e culturais; Selecionar, organizar e sistematizar bibliografia básica para um determinado tema de História; Pensar de forma interdisciplinar. Entre as disciplinas estudadas no curso encontramos a disciplinas de Introdução aos Estudos Históricos no primeiro período, relacionadas a ela há também as disciplina de Teoria da História I, II. Em seu projeto pedagógico encontramos pressuposto básico que os fundamentos teóricos e metodológicos específicos do historiador, devem ser de amplo domínio do Licenciado em História. Não aceitamos a dicotomia historiador e professor de Histórica, pois se ensino e pesquisas devem estar integrados, não deve haver um distanciamento absoluto entre bacharelado e licenciatura. Partimos da tese de que a peculiaridade da formação do professor de história é formar um professor-historiador. O fluxograma do curso mostra que no decorrer da graduação o estudante conhece tanto o pensamento positivista que do nome a disciplina de Introdução aos Estudos Históricos, e pregava um cientificismo do pensamento e do estudo humanos, visando à obtenção de resultados claros, objetivos e completamente corretos. Como também expõem o pensamento dos Annales e a Nova História que se erguendo contra a dominação da Escola Positivista, uma nova tendência da historiografia francesa, que se estende até os dias de hoje.

Aqui no nordeste falaremos sobre a Universidade Rural de Pernambuco foi criada em, 24 de julho de 1947, incorporando as Escolas Superiores de Agricultura, Veterinária, e a Escola Agrotécnica de São Lourenço da Mata e o Curso de Magistério de Economia Doméstica Rural, passando a denominar-se Universidade Federal Rural de Pernambuco, em maio de 1967. Porém a licenciatura em História da UFRPE foi criado em 1991 para atender á demanda gerada pela extinção do Curso de estudos Sociais com habilitação em Moral e Cívica que havia sido extinto e foi reconhecido pelo MEC em 1999. O Curso de História é um dos três cursos mais procurados da UFRPE. Na universidade Federal Rural de Pernambuco a iniciação do docente às “escolas historiográficas” se dá através da disciplina única de Introdução aos Estudos Históricos, que tem carga horária de 60 horas/aula, faz parte da grade curricular do primeiro período do curso de licenciatura plena em história da instituição e tem por objetivo analisar e compreender as diferentes formas de se pensar história de acordo com o período em que os acontecimentos são problematizados. A disciplina aparece como pré-requisito à, também única, disciplina de Teoria da História componente curricular o sexto período, que acaba por ser complementada pela disciplina de Seminário em história, sendo ambas as três de caráter obrigatório. Inicialmente em IEH1 são utilizados excertos que tratam sobre as questões da memória, fazendo lembrar que tão importante quanto à capacidade de lembrar é a de selecionar os acontecimentos, capacidade imprescindível ao trabalho do historiador. Além de salientado o fato e que cada pessoa tem uma visão diferente de um mesmo acontecimento, sem que nenhuma deva ser considerada equivocada. A partir destes exercícios de reflexão sobre as questões da memória a disciplina introduz sobre a Escola Metódica ou positivista, apontando para o cenário científico onde surgiu e de quais parâmetros a História deveria seguir para ser reconhecida como ciência e das construções identitárias trazidas por ela. Sobre marxismo, ao invés de se limitar aos clássicos escritos de Marx e Engels, é utilizado um texto de Marx sobre o suicídio, que enfoca os casos de suicídio entre as jovens burguesas, mostrando que o padrão de vida burguês não oprimia somente o trabalhador, mas também às mulheres. No que se refere aos Annales a obra de José Carlos Reis é utilizada da seguinte forma, no decorrer do século foi deixando a historia do ponto de vista cíclica, linear e nos Annales a historia passa a ter uma visão de ambos os lados (relativista); a disciplina de Introdução aos Estudos Históricos.
A partir da observação da bibliografia, percebe-se que a disciplina volta-se para a Nova História Cultural, valorizando elementos do cotidiano e considerando questões como a construção da história, o que é ilustrado também a partir de filmes como “Uma cidade sem passado” e também o desenvolver das pesquisas sobre os “excluídos” da história, que surgem após a terceira geração dos Annales.

Comparando as informações obtidas podemos concluir, das Universidades que descrevemos, idéias que se opõem ao “pensamento positivista” que tanto influenciou a nossa nação e por conseqüência, influenciou também nossas escolas e universidades. Felizmente as academia que encontramos a disciplina de Introdução aos Estudos Históricos difundidas no curso de história não propagam, de acordo com os seus perfis, uma historia meramente documental onde não há espaço para o pensamento critico, Em contraponto a isto as Universidades citadas acima buscam tratas a história como uma ciência viva que estuda não somente o passado e sim uma história baseados nos problemas presentes. Com a intenção de formar historiadores aptos a interpretar as mudanças ao longo do tempo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROJAS, Carlos Antonio Aguirres. Antimanual do mau historiador. Ou como se fazer uma boa história crítica. Londrina: EDUEL, 2007.

Sites da UFPA:

disponível em: http://www.ufpa.br/historia/ Acessado em: 22/09/11
disponível em: http://www.ufpa.br/historia/administrator/pphistoria.pdf Acessado em: 22/09/11

Site da UFMG:

disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/atendimento/historia Acessado em: 23/09/11

Sites da UFPEL:
disponível em: http://www.ufpel.edu.br/ acessado em: 23/09/11

disponível em: http://ich.ufpel.edu.br/historia/doc/fluxograma.pdf acessado em: 23/09/11

Sites da UFRPE:

disponível em: http://dahisufrpe.wordpress.com/sobre-o-nosso-curso/ acessado em 23/09/11
disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_Rural_de_Pernambuco acessado em: 23/09/11

FRANCO, Maria Laura P. Barbosa. O livro didático de História no Brasil: a versão fabricada. São Paulo: Global, 1982.




Introdução aos estudos historicos

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Departamento de História

Disciplina: Introdução aos Estudos Históricos

Prof.ª Isabel Guillen


Alunos:
Habib Khedwe de Souza

Guilherme Vasconcellos de Souza

Felipe Guilherme

João Vitor

Lucas Henrique

Wagner Bastos

Universidades abordadas: UFMG (Sudeste), UFG (Centro-Oeste), UFSC (Sul), UFRN (Nordeste) e UFAL (Nordeste)

Introdução

Grande parte dos dados e avaliações aqui mostrados foi baseada em informações fornecidas pelos próprios sites das respectivas universidades, Entretanto pode ser que alguns comentários ou juízos de valor abaixo sejam inspirados em materiais puramente subjetivos como troca de e-mails com a coordenação do curso ou através de informações obtidas com ex-alunos. De qualquer modo tentamos, sempre que possível, explicitar as origens das informações obtidas ao longo do texto. No final de cada texto estará presente o endereço para os sites das respectivas universidades onde as informações foram obtidas. Muitas vezes não foi possível encontrar informações mais aprofundadas sobre os cursos, pois não fomos capazes de fazer contato com o corpo docente da instituição e os seus endereços eletrônicos não possuíam informações de qualquer tipo sobre o curso e a maneira como ele é lecionado. Em outras ocasiões as universidades não possuíam uma cadeira especifica chamada “Introdução aos Estudos Históricos”, mas sim varias outras cadeiras que abordavam os pontos dessa matéria, novamente tentamos abordá-las da melhor maneira possível.

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (Sudeste)

Introdução aos Estudos Históricos


Duração: 60 horas

Objetivos e estrutura do curso

De acordo com o programa da disciplina encontrado no site da universidade[1] "o curso visa introduzir algumas das principais categorias conceituais que tem orientado a produção do conhecimento histórico em diferentes momentos de sua constituição. Serão, pois, privilegiados os conceitos de historia, operação histórica, fatos históricos, fonte/documento de pesquisa histórica, tempo, espaço, mudança, continuidade e historiografia".

2. Programa

Unidade I: A Operação Histórica: permanências e mudanças

1. O lugar social do historiador

2. A prática histórica: seus desafios, alcances e limites

Unidade II: As Concepções de História entre os Antigos

1. História, Mito e Memória

2. Similitudes e diferenças da operação histórica entre os antigos

3. Heródoto, Tucídides e Políbio

Unidade III: A História entre Críticos e Eruditos (séc. XVII – XVIII)

1. Os Antiquários e o interesse pelo passado

2. O novo espírito científico e a crítica documental D. Mabillon e a hermenêutica textual

3. Os iluministas: alargamento e aprisionamento do campo de conhecimento histórico

4. J. B. Vico: a história como território da cultura

Unidade IV: A operação histórica e a historiografia metódica

1. Ante-sala da Escola Metódica

2. Droysen e Ranke,

3. A Escola Metódica, dita “positivista”

4. O discurso do método

5. Pressupostos da Revista Histórica

6. Operação histórica no Brasil Imperial

7. Varnhagem e o (IHGB) Instituto Histórico Geográfico

8. Crises da Escola Metódica

9. Jules Michelet e a história anônima

10. Marx e outros fundamentos da História

11. Henri Berr e a Revista de Síntese Histórica

12. A escola dos Annalles e o novo ofício do historiado

Comentários

Apesar de ter um direcionamento principal (que e dado aos alunos no primeiro dia de aula com a bibliografia, textos, conteúdo e formas de avaliação, bem como todo o esqueleto da organização do tempo útil em sala de aula), o curso pode ter algumas partes baseadas no improviso, pois, de acordo com impressões de alguns alunos do curso, a professor não se prende a uma formula única e absoluta, podendo a cada turma tomar um direcionamento diferente à medida que o curso vai sendo realizado e que vão surgindo temas ou debates que o professor achar relevante trazer para sala de aula. Mas de maneira geral o curso e realizado a partir da leitura de textos pré-selecionados de autores como Hartog, Bourde, Fontana, Haddock e Hobsbawm que vão ser discutidos em sala de aula, posteriormente selecionando (e organizando) seminários a respeito desses autores. As formas de avaliação consistem alem dos seminários (e eventuais outras formas de trabalho), uma prova escrita individual e uma posterior avaliação final de todo o conteúdo visto em sala de aula. A metodologia empregada pelo professor e uma mescla dos preceitos da escola Marxista com a escola dos Annalles, como boa parte dos historiadores contemporâneos, ela se apropria das qualidades técnicas e temáticas dessas duas escolas sem cair no extremismo ou na bandeira ideológica que cada uma delas pregava.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (centro-oeste)

Apresentação

Através de informações oferecidas pela própria instituição em seu endereço Eletrônico, obtidas diretamente em sua grade curricular, não se pode achar nenhuma disciplina com o nome Introdução aos estudos históricos e sim disciplinas que contém o mesmo conteúdo programático. São elas: Teoria e Metodologia da Historia I, II e III.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I, II E III.

Carga horária: 64 horas (cada disciplina)

Objetivo:

O curso de História da UFG procura estar sintonizado com o estágio atual do desenvolvimento da ciência histórica e, ao mesmo tempo, ao incorporar as disciplinas específicas, busca flexibilidade suficiente para acompanhar o desenvolvimento dessa ciência, o que determina o perfil do profissional que o curso pretende formar e a demanda social a ser atendida.

Conteúdo programático:

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I

A história da historiografia dos seus primórdios aos dias atuais. As historiografias greco-romana e cristã-medieval: do mitológico ao teológico. O humanismo renascentista. Cartesianismo e reação anticartesiana na historiografia. A perspectiva iluminista e romântica. As Filosofias da História. A História erudita. A História entre a Filosofia e a Ciência. A Escola metódica e o positivismo. O cientificismo. As vertentes do historicismo. As correntes do marxismo e o estruturalismo. A Escola dos Annalles e a Nova História. A História Social e das Mentalidades. A Micro-História e o Cotidiano. A História da Idéias. A História Cultural.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA II

Epistemologia como reflexão sobre o conhecimento. As modalidades: conhecimento científico e senso comum. A natureza do conhecimento científico: mediação teórica, requisitos de verdade e objetividade. O processo cognitivo: relações entre sujeito e objeto. A inevitável subjetividade e os limites da objetividade no processo cognitivo. A polissemia do termo história: processo e conhecimento. A história e as ciências naturais. A história e as ciências sociais: a interdisciplinaridade. A história como ciência social. A natureza do conhecimento histórico e a operação historiográfica: heurística crítica e interpretação. O método histórico e sua base hipotético-dedutiva. Explicação e compreensão. Holismo individualismo.

Causalidade e leis. Diacronia e sincronia. Determinismo e relativismo históricos. O real ou referente histórico e a idéia de representação. Temporalidades históricas: relação passado-presente-futuro. A guinada interpretativa. Limites da epistemologia histórica: a interpelação da lingüística e o caráter narrativo do conhecimento histórico. O embate entre teorias estruturalistas e teorias voluntaristas da consciência.

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA III

O campo problemático da historiografia contemporânea. A discussão sobre o conceito de paradigma. Tendências recentes da produção do conhecimento histórico. A crise da razão iluminista e seu impacto sobre as ciências sociais e a história. O debate modernidade versus pós-modernidade. A crise da modernidade e os questionamentos – em diferentes medidas – do paradigma científico moderno. Relação entre crise da modernidade e crise da história. Novas tendências teórico-metodológicas críticas da epistemologia racionalista: ameaças às pretensões de objetividade e cientificidade do conhecimento histórico, bem como à pressuposição do real histórico como referente. As alternativas paradigmáticas da história entre os reducionismos extremos da historiografia moderna e da historiografia pós-moderna. Os limites da interdisciplinaridade: suas contribuições e ameaças à identidade epistemológica da história. A filosofia analítica, a fenomenologia, a hermenêutica, o marxismo ocidental e o estruturalismo. Os embates entre objetividade e narratividade, abordagens global e micro-histórica, determinismo estruturalista e voluntarismo individualista, real histórico e suas representações. A ameaça da diluição ou não do conhecimento histórico ao domínio do literário-ficcional.

LIVROS E AUTORES:

Foi solicitada através dos e-mails disponíveis no site a relação de livros e autores utilizados, mas nada foi enviado como resposta da parte deles, com isso ficou difícil dizer qual eram os livros e autores escolhidos por cada professor.

Formas de avaliações:

  • Organização didático-pedagógica:
  • Administração acadêmica;
  • Projeto de curso;
  • Atividades acadêmicas;
  • Políticas de capacitação;
  • Integração graduação

Referencias:

http://www.historia.ufg.br/

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Carga horária: 72 horas/aula

Diferente da UFPE a UFSC possui apenas uma cadeira de Introdução aos Estudos Históricos, e duas de Teoria e Metodologia da Historia.

Introdução aos Estudos Históricos

Ementa: A cadeira de Introdução aos Estudos Históricos procura fazer uma discussão introdutoria sobre o conhecimento histórico por meio do estudo das fontes, discussão bibliográfica e da forma da narrativa.

Programa

1. Normas técnicas de apresentação de trabalhos acadêmicos

2. A pesquisa em História

3. A escrita da História

4. A cronologia: Idades, Etapas e Estágios

5. A relação entre História e outras áreas do conhecimento

6. Perspectivas historiográficas

Comentários

Passando por escritores como Braudel, Bloch, Foucault, entre outros; diferente da UFPE. A formação do professor é em Historia Social do Trabalho. Pode-se notar uma grande diferença na organização, pois o professor da cadeira trabalha com manuais de Historia e não com anti-manuais, ou seja, se ensina como se deve fazer um estudo histórico de acordo com regras.

Teoria e Metodologia da Historia I

Ementa: estudar as concepções modernas e os modelos históricos dos séculos XVIII e XIX.

2. Conteúdo

I. Unidade - O Relato dos Acontecimentos

1. Orientação e seleção.

2. Análise e interpretação de dados.

II. Unidade - O Pensamento Ocidental no Século XIX

1. A idéia de evolução na Ciência.

2. A idéia de progresso na Filosofia.

3. Idealismo e Materialismo.

4. Comte, Durkeim, Morgan e Marx.

III. Unidade - As Teorias da Cultura e da Sociedade

1. Evolucionismo

2. Funcionalismo.

3. Estruturalismo

4. Difusionismo

IV. Unidade - Idades, Etapas e Estágios

1. Periodização tradicional na História e na Pré-História.

2. Periodização universal e local.

3. Métodos e Técnicas da Arqueologia.

Outras Abordagens

1. Guerra e mudança social.

2. Tecnologia e Mudança social.

3. Cultura e Mudança social.

Comentários

Entre os autores estudados estão Durkheim, Marx, Engels, Holanda, etc.; a linha de pesquisa do orientador da cadeira cultura e trabalho de escravos, libertos e seus descendentes, cultura, trabalho e política nos movimentos sociais urbanos, História social da escravidão no Brasil.

Teoria e Metodologia da Historia II

Ementa: estudar os fundamentos teóricos da crítica historiográfica contemporanea.

Conteúdo

I. Unidade - O Relato dos Acontecimentos

1. Orientação e seleção.

2. Análise e interpretação de dados.

II. Unidade - O Pensamento Ocidental no Século XIX

1. A idéia de evolução na Ciência.

2. A idéia de progresso na Filosofia.

3. Idealismo e Materialismo.

4. Comte, Durkeim, Morgan e Marx.

III. Unidade - As Teorias da Cultura e da Sociedade

1. Evolucionismo

2. Funcionalismo.

3. Estruturalismo

4. Difusionismo

IV. Unidade - Idades, Etapas e Estágios

1. Periodização tradicional na História e na Pré-História.

2. Periodização universal e local.

3. Métodos e Ténicas da Arqueologia.

Outras Abordagens

1. Guerra e mudança social.

2. Tecnologia e Mudança social.

3. Cultura e Mudança social.

Comentários

A bibliografia passa por Weber, Burke, Alter, etc. A formação do professor da cadeira é em Historia Social. Seu campo de pesquisa é: Patrimônio, Memória e Educação; Alimentação, Memória e Patrimônio cultural; Patrimonialização e políticas de salvaguarda.

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=9685430651533127

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=4683812161044022

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=5273589105719950

http://www.cfh.ufsc.br/historia/programaHST7101.php

http://notes.ufsc.br/aplic/progdisc.nsf/1a5292df5d634de9032563ee006bb098/d6f2e44ec9e4d9bc03256554005d5870?OpenDocument

http://notes.ufsc.br/aplic/progdisc.nsf/1a5292df5d634de9032563ee006bb098/c483035762dad7aa03256b6c00298cbf?OpenDocument

Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Carga horária: 60 horas/aula

Na universidade Federal de alagoas há apenas uma cadeira de Introdução aos Estudos Históricos e duas Teoria e Metodologia da História.

Introdução aos Estudos Históricos

Ementa

A constituição da epistemologia e da teoria da História.

Conteúdo

1. Definição e utilização dos instrumentos teóricos de análise

2. A problemática do conhecimento histórico

3. O conhecimento objetivo e subjetivo na teoria da História

4. Processo histórico-social: o tempo histórico, leis, fatos, estruturas e conjunturas

5. Positivismo, séries estatísticas, séries sociais

6. A História conceitual: A Historia é uma ciência?

Comentários

Entre os autores estudados estão, Braudel, Burke e Le Goff. Diferente da UFPE, na UFAL usa-se manuais no curso de historia, nota-se assim uma grande diferença com a cadeira de mesmo nome da UFPE, pois nesta ensina-se o que deve fazer nos textos e naquela ensina-se o que não se deve fazer nos textos.

http://www.ufal.edu.br/ufal/ensino/graduacao/cursos/campus-maceio/ppc-historia-licenciatura.pdf

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (Nordeste)

Objetivos

Compreender a natureza epistemológica do campo histórico;

Refletir sobre o ofício do historiador e o lugar da história nas ciências sociais;

Compreender fato, documento, tempo enquanto categorias importantes para a interpretação da realidade histórica;

Identificar as principais correntes da historiografia ocidental.

Conteúdo Programático:

História, um termo polissêmico; história da história; história e historiografia; história e cientificidade; o ofício do historiador; fato, documento e tempo históricos; as principais correntes da historiografia ocidental.

Competências e Habilidades:

. Perceber a História como um movimento em que se combinam a continuidade e os momentos de ruptura, em diversos níveis.

. Reconhecer as especificidades culturais e individuais dos estudantes, adequando a elas os conteúdos e as abordagens.

Comentários

O curso tem por finalidade desenvolver a percepção do aluno sobre as diferentes maneiras como a ciência histórica foi encarada ao longo dos tempos. O curso e modelado em torno da analise de textos de autores renomados das respectivas escolas Positivista, Marxista, Annalles e Pós-moderna. Mas segundo alguns ex-alunos o professor normalmente se apropria de textos literários ou artigos jornalísticos para á partir deles analisar o tipo de pensamento ali presente, e com isso mostrar que o surgimento de novas (e melhores) formas de analise histórico não subjugou alguns pensamentos arcaicos como os apresentados pela Escola positivista. As formas de avaliação geralmente correspondem a seminários, resenhas ou alguma outra forma de avaliação alternativa proposta pelo educador, mais uma avaliação individual escrita e uma posterior avaliação final. Segundo os entrevistados a metodologia do curso (e do professor) é basicamente uma mescla dos preceitos da escola dos Annalles e da Marxista.

http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf