sábado, 8 de outubro de 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

PROF: ISABEL GUILLEN

GRUPO: FELIPE DAVSON

FILIPE KAMARGO

HABIB KHEDWE

LAILA ROBERTA

MARCILIO PEREIRA

ROSINETE GREICE

WANDERSON DA SILVA

AGUIRRE ROJAS, C. A. Antimanual do mau historiador ou como se fazer uma boa história crítica? Tradução de Jurandir Malerba. Londrina: Eduel, 2007.



Carlos Antonio Aguirre Rojas nascido na cidade do México, 1955, cientista social, teórico e pesquisador no México. Ph. D. em Economia pela UNAM(Universidade Nacional Autónoma do México) e pós na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Paris. Atualmente investigador Titular no Instituto de Investigação Social (UNAM- México), professor em varias universidades é um dos especialistas mundiais em Historia dos Annales. Entre suas principais obras se destacam Fernand Braudel y las ciencias humanas (Montesinos, Barcelona, 1996), La Escuela de los Annales. Ayer, Hoy, Mañana (Montesinos, Barcelona, 1999) y Antimanual Del mau historiador (Montesinos, Barcelona, 2007). Sentindo que a metodologia do ensino de história no México e em alguns países do mundo ainda é passada de forma retrograda, conservadora e desconectada das novas correntes e técnicas historiográficas. O historiador Carlos Antonio Aguirre Rojas resolveu criar uma espécie de “manifesto historiográfico” objetivando elucidar os historiadores nas novas formas de pensar a ciência histórica e historiográfica. Como se trata de um livro escrito com o intuito de inserir o leitor na boa historia crítica, seja este individuo historiador ou não, o texto foi escrito com uma linguagem simples, e com uma estrutura altamente didática, a fim de expressar a mensagem com a maior amplitude possível.

O autor traça um perfil atualizado das principais correntes historiográficas e critica muito a forma positivista de se fazer história, afirmando que a mesma tem uma idéia muito pobre e limitada, de que a história apenas deve se basear em textos escritos e não agrega grandes valores a outros tipos de fontes, define a história positivista apenas como investigadora do passado e não do presente, sempre enaltece os grandes feitos e é interpretada na visão dos vencedores, nesse seu argumento, é a força motriz da história. É justamente essa forma limitada de se fazer história que traz concepções negativas e coloca de lado alguns personagens importantes das engrenagens históricas e os que a fizeram e fazem até hoje. De acordo com seu livro a verdadeira história procura compreender a todas as classes que participam dos acontecimentos de interesse histórico, desde o mais influente político aos mais pobres operários.

Aguirre aborda uma nova corrente no estudo da história, a Escola dos Annales, um de suas idéias mais divulgadas buscava formar uma nova história mais critica e inserida num contexto social. E é muito citada no texto de Rojas, onde ele tenta definir algumas características dessa escola e torná-las mais compreensíveis. Dentre essas características, aborda o problema da interpretação histórica, que tem de ser vista como uma investigação dos fatos, e isso mostra uma visão da história em construção, ou seja, uma ciência inacabada e que ainda busca a melhor maneira de ser estudada. Fala sobre o efeito tempo na história que deve ser estudado com afinco e de maneira a entender que noções de temporalidade são mais complexas do que parecem, ou seja, o tempo tem diversas diferenças de acordo com a realidade vivida em cada nação, essas e outras idéias dos annales são estudadas mais profundamente no seu texto. Rojas em seu livro destaca a revolução cultural de 1968 que teve grande impacto nas ciências sociais. E define que uma das grandes ações dessa revolução foi a de propor um estudo mais unificado das ciências sociais. Dito isso o escritor começa a introduzir ideais de uma chamada quarta geração dos annales que tentam dar forma e estruturar essa nova maneira de estudar os valores histórico-sociais. Com essas novas concepções vieram também novos conceitos de história cultural, onde o fator micro histórico acabou sendo mais abordado e tido como base aos estudos de história em sua totalidade.

Em sua obra Rojas crítica também a visão pós-moderna que afirma que os discursos se explicam por si mesmos, essa ideologia que tenta reduzir a historia a um simples ato literário onde uma visão interpretativa e um estudo aprofundado dos documentos não podem ser tidos como correta, tenta destruir o valor de história como ciência, pois ninguém conseguirá alcançar a verdade. Ao enfatizar esse ponto de vista Jorras acaba tendo uma posição simplista do movimento pós-moderno, assim como se esquece de notar que o positivismo mesmo que de forma involuntária acaba em partes contribuindo para a formação da forma crítica de pensar. Pois a partir do momento que dita regras e limita a discussão historiográfica abre espaço para uma nova forma de pensar, uma forma que crítica e tenta buscar a verdade com questionamentos de tudo o que já foi dito, faz germinar na história uma forma critica de observação, já existente mais ainda não havia despertado com força total. Karl Marx para o autor é uma das principais bases dessa história critica, pois demonstra que as diferentes formas de ver a historiografia devem se basear em uma analise profunda de tudo o que ocorre nas épocas a que pertencem o objeto de estudo. Defini o conflito de classes como muito eficiente para uma construção e estudo total da história, isso porque algumas classes sempre terão mais espaço para construir essa ciência. Mas o historiador não deve ficar preso a isso tendo que investigar dando valor tanto aos vencedores como aos vencidos. O autor acredita profundamente na idéia de não estudar história de forma isoladamente, mas sim ser uma parte de um todo que envolve varias ciências e estudos da sociedade de uma maneira sistemática e procura mostrar uma “ciência também social e do vivo, atenta à perpétua transformação histórica de todas as coisas, e diretamente conectada, pelas mais diversas maneiras, com o tempo presente , assim como com nossa vida social mediata e imediata , em todas suas múltiplas e variadas manifestações” (ROJAS AGUIRRES 2007p-06). Mostra métodos diferentes dos habituais no México, esclarecendo uma historiografia diferente, portanto em seu antimanual do mau historiador enfatiza a necessidade de se formar um historiador crítico porque esse sim é capaz de escrever a verdadeira história. No seu livro mostra a idéia de uma “microhistória”, onde pequenas comunidades como a família ou até mesmo um individuo possa ser estudado a principio e depois colocado como parte integrante de um todo, sendo a mesma peça chave na construção da história global. Embora seu livro condene diversas maneiras de se fazer história não é objetivo do autor gerar um manual de como fazê-la, por isso mesmo ele não decidi fazer um manual e dizer aquilo que o historiador deve ou não fazer, mas um anti-manual por que ele não delimita as ações apenas sugere. Até porque no decorrer do livro com todas as críticas e anti-definições que são expostas, o leitor pode imaginar que no livro consiga encontrar todas as respostas e mostre um antídoto para essa história que considerada defasada.

No entanto ele deixa o livro em aberto, dando a entender que o seu objetivo não é impor uma nova metodologia, mas e sim conscientizar alertando e deixando a critério do historiador tentar alcançar ou não uma nova forma de se elaborar e estudar história. O livro fica lotado de contribuições que por muitas vezes tornam um pouco repetitivas, mas percebi-se que os assuntos tratados são de grande importância, isso implica na procura mais aprofundada dos assuntos estudados e num pensamento de confirmação de opiniões e não em uma norma a ser seguida. Portanto o livro Antimanual do mau historiador ou como se fazer uma boa história crítica? É uma boa leitura para a compreensão do ponto de vista critico de como deve ser constituída uma boa ciência história.

Para quem tiver interesse em saber qual o ponto de vista do autor em relação a outros tópicos relacionados aos estudos históricos, segue o link abaixo que mostra uma entrevista que foi concedida em cuba.

http://vimeo.com/22403350

http://vimeo.com/22395908.

Um comentário:

Isabel Guillen disse...

Observem as normas da ABNT.
Seria importante que vocês fizessem um revisão na redação da resenha. Há alguns "erros" gramaticais (verbos com conjugação estranha) além de muitas frases truncadas. Tentem escrever mais compassadamente, ordenando cada ideia em uma frase...
Conteúdo da resenha está bom. Ficará melhor quando escreverem melhor...